terça-feira, 24 de novembro de 2015

Músicos e a Hiperidrose Palmar



Antes de começar, gostaria de esclarecer que este post é apenas para fins informativos. Não se destina a substituir os cuidados oportunos e precisos que você pode ter ao consultar o seu dermatologista de confiança (até porque eu sou guitarrista e não médico) !!! Esclarecido este ponto, vou começar por referir que a transpiração excessiva nas mãos (Hiperidrose Palmar) é um dos principais problemas dermatológicos que afetam músicos.


É comum encontrar um colega que se refira ao desconforto constante por ter as mãos molhadas de tanto suor ao tocar um instrumento, resultando em três aspectos principais na hora de tocar:

1-Superfície com pouco atrito causado pelo excesso de água, o que faz com que os dedos não se apóiem ou segurem firmemente as cordas, palheta ou as chaves seletoras de seu instrumento.

2-Danos por excesso de umidade no instrumento, cordas oxidadas prematuramente, a acumulação de detritos nas superfícies de apoio e articulações do instrumento.

3-Amolecimento por maceração da queratina (machucar, mortificar), que juntamente com o ponto 1, dificulta a execução adequada do instrumento.

A esta lista podemos acrescentar uma variedade de situações e eventos, muitos deles embaraçosos (como por exemplo fechar um contrato com um aperto de mão "molhado") e que fazem da Hiperidrose palmar uma das condições dermatológicas mais odiadas pelos músicos.

Mas ... porque suam as mãos?

As glândulas sudoríparas estão normalmente presentes em grandes números na pele das palmas das mãos. A diferença é feita na atividade destas glândulas, e isso é determinado geneticamente. Se você já tem uma pré-disposição genética, é necessário apenas um fator ambiental, seja interno ou externo para servir de "gatilho" para que desencadeie esta condição e infelizmente, existem uma série de "gatilhos".

O principal fator é de origem emocional, causado pelo sistema nervoso, por estimulação das glândulas sudoríparas, com uma substância química chamada acetilcolina. Por causa da complexa coordenação entre o sistema nervoso central e o sistema nervoso autônomo, o resultado é que os diferentes estímulos emocionais sejam capazes de desencadear a produção de suor. Ou seja, se você se assusta, se exalta, se exita ou se estressa, sua nas mãos.

Este último (stress) é um fenômeno interessante que vale a pena ir mais além. Quando alguém com Hiperidrose palmar fica com as mãos suadas por um evento estressante, como um exame, uma gravação ou apresentação, a própria transpiração se soma a outro fator de stress. E o que acontece ? Suas mãos suam mais. O fator calor é de pouca relevância nesta condição, uma vez que os estímulos térmicos não causam a transpiração significativa nestas áreas.

Mitos e equívocos sobre a hiperidrose palmar

Existe uma ideia errada de que existe apenas um tipo de poro na pele, que serve tanto para saída de cebo, suor e do cabelo, bem como a penetração dos fármacos e isso é um equívoco.

A realidade é que existem geralmente dois tipos de poros: Um designado folículo capilar, onde ocorre a produção e secreção dos pelos, cabelos, cebo e um segundo tipo de poros, que é exclusivo para a secreção de suor.

Para ser mais preciso, o poro multifuncional existe. Pode ser encontrado em áreas de cabelo sexual secundário, como axilas e púbis. Este último tipo de saída de poro serve tanto o cabelo, de sebo e de suor de tipo apócrino, que é um suor que é caracterizado por um odor diferente ao que é produzido nas palmas, de tipo écrino.

Bom...vamos regressar às palmas das mãos !

Nas palmas das mãos, normalmente não observamos poros de tipo pilossebáceo, mas sim poros de glândulas écrinas. E aqui é onde nós podemos derrubar outro mito: Utilizar adstringentes para remover o óleo de suas mãos, como detergentes e solventes seria de nenhuma utilidade para diminuir a transpiração. Repito: o poro que nos preocupa não produz óleo, apenas água com sais minerais dissolvidos.

Ao contrário do que se poderia pensar, não se recomenda o uso de sedativos e derivados de beladona, porque eles produzem pouca melhora em comparação com os efeitos adversos.

O que eu posso fazer se a hiperidrose palmar atrapalha minha vida de músico ?

Vou citar algumas das recomendações feitas por dermatologistas.

a) Boa solução: Produtos com sais de alumínio (prescritos por um dermatologista).

b) A solução mais eficaz (e caro): As injeções de toxina botulínica nas mãos. O efeito dura mais ou menos de 4-6 meses. São várias injeções. Isso sim, é muito eficaz. Mas por favor, deve ser realizado por um dermatologista ou arcará com consequências !!! Talvez você só precise injeções nas pontas dos dedos, de modo que fique mais barato e com menos dor (géis e líquidos para anestesiar a pele não funcionam). Se em seguida, você considerar que é necessário em cada mão, pode-se reaplicar e esperar um mês entre as aplicações.

c) Esta opção é para aqueles que realmente não consideram que a hiperidrose seja um problema tão grande, mas gostariam de saber algumas medidas que poderiam implementar para tornar mais agradável a execução do instrumento: Comprar palhetas com "antiderrapante" (mais ásperas) , usar cordas Elixir, usar guitarra com braço de maple envernizado e com trastes de aço inoxidável, uma pequena toalha para secar as mãos e pescoço entre uma música e outra. Também pode ser útil passar talco com óxido de zinco (polvilho antisséptico Granado é uma boa opção) nas mãos.

Talvez "extrapolando" um pouco, pode ser aconselhável a utilização de um antitranspirante comercial (produto com sais de alumínio). Utiliza-se muito pouco e aplicado uma ou duas vezes por semana, de preferência após a última lavagem das mãos ao dia (não antes de começar a tocar). O problema é que não é tão eficaz e você corre risco de desenvolver uma dermatite de contato.

Só para constar, existe ainda uma técnica cirúrgica que corta os nervos que levam a estimulação nervosa para as mãos. É uma cirurgia no tórax conhecida como simpatectomia, com grandes riscos (pelo que pesquisei), que acredito ser para casos extremos e que não vem ao caso à nós guitarristas !!!

Para encerrar gostaria de colocar que Angus Young (ACDC) termina seus shows completamente molhado e mesmo assim suas guitarras duram por mais de 10 anos !!! O importante é desfrutar e se preocupar mais em tocar e menos com outros fatores !!!

Espero ter ajudado...


sábado, 21 de novembro de 2015

Quase tudo que você queria saber sobre ENCORDOAMENTOS, mas tinha vergonha de perguntar



Como escolher as cordas certas para sua guitarra (Calibres, materiais e tipos de construção)
As cordas da guitarra tem um grande impacto sobre o seu som e tocabilidade. Você já deve ter visto que há uma enorme variedade de modelos no mercado e por isso há muita coisa a ser considerada antes de escolher as cordas certas para cada situação. A seguir darei dicas para ajudar na escolha das cordas que melhor combinam com sua guitarra, gênero musical e maneira de tocar.


Calibres (Gauge)

As cordas são fabricadas em uma variedade de espessuras e calibres. Estes indicadores são designados em milésimos de polegada. O Calibre das cordas tem uma grande influência na tocabilidade e no som.

Cordas de calibre leve: (Light Gauge)

- São geralmente mais fáceis de tocar.
- Permitem execução mais fácil de bends.
- Quebram mais facilmente.
- Produzem menos volume e sustain.
- São propensas a causar ruído no traste, principalmente em guitarras com ação baixa.
- Exercem menos tensão no braço da guitarra.

Cordas de calibre pesado: (Heavy Gauge)

- São geralmente mais difíceis de tocar.
- Exigem maior pressão dos dedos nos trastes na hora de executar bends.
- Produzem maior volume e sustain.
- São preferidas para afinações baixas.
- Exercem maior tensão no braço da guitarra.


Denominações de calibres

A maioria dos fabricantes de cordas identificam o calibre de cordas em um jogo de cordas usando termos como "extra light" ou "heavy". Os calibres exatos podem variar ligeiramente entre os fabricantes. Veremos a seguir os intervalos típicos de calibre em um jogo de cordas. ( exemplos ) :

"Extra super light": .008 .010 .015 .021 .030 .038

"Super light": .009 .011 .016 .024 .032 .042

"Light": .010 .013 .017 .026 .036 .046

"Medium": .011 .015 .018 .026 .036 .050

"Heavy": .012 .016 .020 .032 .042 .054

Jogos de cordas são identificados pelo calibre da corda E (mi) mais fina (mizinha), por exemplo, um jogo de cordas "Light" é identificado como 0.10 (referido por nós guitarristas como "zero dez").



O que levar em conta na hora de comprar um jogo de cordas

Os fatores mais importantes a serem considerados na hora de comprar um jogo de cordas para guitarra são:

- Maneira de tocar

- Gênero musical

- Timbre a ser alcançado

- Quantas horas você toca por dia (durabilidade).

- Calibre das cordas

- Materiais usados na construção das cordas

- Revestimento e método de fabricação das cordas

- Calibres; tocabilidade e características

Como foi dito acima, as cordas mais leves são mais fáceis de tocar. Se você é um guitarrista que toca solos muito rápidos usando afinação "Standard" provavelmente vai querer usar calibres mais leves, mas se toca metal com afinações baixas, calibres mais pesados serão necessários.


Guitarristas de Classic Rock e Blues preferem calibres médios, que combinam razoavelmente conforto, sustain e som encorpado. Guitarristas de jazz normalmente usam cordas flatwound (lisas) de calibre pesado, uma vez que normalmente não utilizam bends e precisam um amplo sustain.


A maioria das guitarras novas vêm de fábrica com calíbres de cordas "super light" ou "light", o que é ideal para guitarristas iniciantes, até que possa desenvolver as habilidades e força nos dedos para poder (se necessário) utilizar cordas mais pesadas. Muitos fabricantes de guitarra fazem recomendações específicas sobre o tipo de cordas a serem usadas em determinados modelos e alguns produzem suas próprias cordas com as suas especificações.

A chave para encontrar o calibre que funciona melhor para o seu estilo de tocar é experimentar. Experimente vários calibres, marcas e composições de cordas para encontrar aquele que melhor se adapte aos seus dedos e são mais agradáveis aos seus ouvidos.

As diferenças entre os vários tipos de cordas podem ser muito sutis, mas estas diferenças podem te levar a encontrar sua própria assinatura sonora. Tenha em mente que a mudança de calibres de pode exigir ajustes na guitarra, sendo necessário a ajuda de um profissional (luthier).

Durabilidade das cordas

Outro fator a ser considerado é a frequência com que você toca. Se você é um guitarrista ocasional que toca apenas algumas vezes por mês e tem uma "pegada" mais leve, pode utilizar cordas mais baratas. Por outro lado, se você é como eu e não larga da guitarra, vale a pena investir em uma corda de maior durabilidade e consequentemente mais cara, mas isto não é uma regra. Muitos fabricantes avaliam suas cordas de acordo com a durabilidade. Cleartone e Elixir são cordas que utilizam componentes especiais para maior durabilidade.



Materiais usados na construção das cordas

Todas as cordas de guitarra são feitas com aço, níquel ou outras ligas metálicas magneticamente condutoras, uma vez que são essenciais para a transmissão de vibrações das cordas para os captadores. O tipo de revestimento aplicado à liga de aço tem um impacto significativo sobre o som das cordas. Veremos a seguir algumas características gerais dos principais tipos de cordas.



Aço niquelado (Nickel plated steel): brilho, "tom quente" e equilibrado, com mais ataque.

As cordas com banho em níquel são provavelmente o tipo de cordas mais comuns no mercado, principalmente para guitarras. O enrolamento nas cordas mais grossas é feito de aço niquelado.

O núcleo de aço dos bordões são ótimos para os captadores eletromagnéticos funcionarem perfeitamente, enquanto a niquelado do enrolamento das mesmas ajuda a equilibrar o som brilhante do núcleo de aço.

O níquel do enrolamento também enrolamento ajuda a corda proteger contra a corrosão. Como o níquel é um pouco “mole” do que o aço cordas com este tipo de acabamento previnem um pouco o desgaste dos trastes em comparação a cordas de aço inoxidável.
- Níquel puro (Pure nickel): Menos brilhante do que o aço niquelado, mas estamos falando das cordas de níquel puro, as mesmas são mais macias e tem som mais quente quando comparadas com as de aço inox ou cordas com enrolamento niquelado.

São um ótimo tipo para quem vai tocar blues, jazz ou rock clássico. Este tipo de corda também sai na frente quando se fala em captação, pois o níquel é um metal muito bom para tal.
Aço inoxidável (Stainless steel): Brilho nítido, com sustain e resistência à corrosão. Menos propenso a ruídos dos dedos.

Elas também duram muito mais tempos não ficam escurecidas devido a capacidade inerente do aço inoxidável ​​de resistir à corrosão.

Usando jogos produzidos com enrolamento em aço inox você vai ter um “feel” um pouco diferente do que outras cordas elétricas. Alguns músicos sentem um pouco de aspereza na cordas.

O aço inoxidável é um metal muito duro e por conta disto este tipo de corda pode gastar seus trastes mais rápido do que cordas de níquel, mas se você quiser um som brilhante este é o caminho certo.
Cromada (Chrome): "Tom quente", com menos ressonância e frequentemente escolhida pelos guitarristas de jazz e blues.

Titânio (Titanium): Tom bastante brilhante, com excelente resistência.

Cobalto (Cobalt): Ampla dinâmica com brilho notável e boa resposta do captador.

Revestidas ( Coated ) : Cordas revestidas são tratadas com algum tipo de acabamento que impedem que a ela sofra com a oxidação, corrosão ou até mesmo sujeira. Isso vai ajudar a corda a soar como nova e ter aquele aspecto brilhante por um período de tempo mais longo quanto se comparado as cordas sem revestimento.

As que são da família Coated são um pouco mais caras do que suas primas não-revestidas e costumas custar cerca do dobro do preço. Mas se você odeia a trocar as cordas de guitarra vale a pena o dinheiro extra empregado em um jogo coated.

Falando de timbre as cordas revestidas normalmente estas tem um som um pouco mais “apagado” dependendo do tipo de revestimento, mas nada que não de para conviver tranquilamente. Se tratando de pessoas que costuma suar muito os jogos revestidos são a melhor opções e podem ser uma ótima pedida para aqueles que vivem em locais muito úmido ou morar em regiões litorâneas.

Revestido de polímero (Polymer coated): Menos sustain que as cordas não revestidos equivalentes, apresentando boa resistência à corrosão.
Revestimento colorido (Color coated): Alguns revestimentos são coloridos para apelo visual mas pode variar/influenciar na tonalidade.

Bronze : Cordas de violão do tipo bronze normalmente tem som mais brilhante quando se compara a Phosphor Bronze. Normalmente sua colação natural, quando nova é claro, é mais puxada para o dourado, já as cordas de fosforo de bronze tendem a ser meio avermelhadas.

Phosphor Bronze : usada em violões, tem um som um pouco mais quente do que cordas de bronze regulares. Muitos músicos acham este corda melhor para tocar com finger picking.

Phosphor bronze é como bronze regular, mas tem uma pequena quantidade de fósforo adicionado a liga que compõe a corda.
Nylon : Os jogos de corda de nylon, em sua maioria são medida pela tensão em vez da espessura, como os conjuntos de cordas aço. Existem geralmente três níveis de tensão de cordas de nylon: Tensão leve, média e pesada. Mas pode-se encontrar outros tipos de tensão, como a extra pesada.

Cordas de tensão normal, ou leve, são muito fáceis de tocar, mas você pode sentir que quanto tenta tocar mais rápido o fato de a corda ser mais flexível ira te atrapalhar. Já o contrario, quando se usa tensão maior, você poderá tocar com um pouco mais de pegada, e o som que sairá do instrumento pode ser um pouco mais alto, com relação ao volume.



Métodos de construção das cordas (enrolamento)

Cordas mais finas como E, B e G muitas vezes não são enroladas. Já as cordas mais grossas têm um fio enrolado em torno de seus núcleos. O método usado para enrolar as cordas afeta tanto o tom como a tocabilidade.

Roundwound: O método de enrolamento mais popular, de longe, tem uma textura ondulada perceptível, produz mais sustain, ataque, tende a produzir mais ruído dos dedo e desgaste da escala (fretboard).

Halfround: (também chamado groundround): Apresenta textura suave com tom mais "escuro" e menos ataque de que as cordas roundwounds.

Flatwound: Toque muito suave, "tom escuro", menos sensível à dinâmica e bastante popular entre guitarristas de jazz e blues.


Sinais de que é hora de trocar as cordas

As principais características de cordas desgastadas e com sinais de uso são:

- Cordas desafinando mais do que o habitual.
- Ferrugem ou descoloração nas cordas.
- Corda desenrolando e expondo o núcleo.
- Tom soa "morto" (perda de timbre).
- Você não se lembra da última vez que trocou cordas (soa engraçado mas isso pode acontecer hahaha).

Quantas vezes as cordas devem ser trocadas ?

Não há uma resposta certa para isso, mas aqui estão alguns fatores que encurtam a vida útil das cordas.

- Suor excessivo ao tocar, suor ácido (Hiperidrose Palmar)
- Tocar de forma agressiva, com muitos bends.
- Tocar com freqüência.
- Mudar afinações com freqüência.
- Fumar ou tocar em ambientes com fumaça.

Algumas outras dicas valiosas sobre cordas.

- Mantenha um pano limpo no seu case ou bag e limpe as cordas depois de cada sessão para prolongar a vida útil das cordas. ( jamais flanelas, visto que não absorvem a umidade )
- Lave as mãos antes de tocar, pois isso ajuda a evitar a oxidação das cordas.
- Invista em um enrolador de corda; eles são baratos e aceleraram as mudanças de cordas.
- Mantenha a embalagem da corda que usou pela última vez dentro do seu case ou bag para manter o controle do tipo de cordas que você está usando.
- Comprar cordas simples e baratas pode ser uma opção inteligente, especialmente se você utiliza cordas de calibre leves, que tendem a quebrar com mais freqüência.
- Mantenha um jogo de cordas extra e algumas cordas E e B no seu case para mudanças emergenciais, pois você ou um colega podem precisar.

  
Agora, bora fazer barulho pensante ( Música )


terça-feira, 17 de novembro de 2015

Pecados de um Músico






Preguiça: Esse é o pecado mais comum entre os alunos. Começam extremamente empolgados, mas nunca treinam a matéria ensinada, e não percebem que o seu desenvolvimento está diretamente relacionado com a sua disciplina constante. Não adianta nada você aprender uma determinada matéria em uma aula e ficar a semana inteira sem treinar.

Ira: Outro pecado muito comum é o aluno, depois de um mês ou 2, ficar com raiva por não sentir uma evolução e justamente no momento que iria ter algum resultado simplesmente desiste. Pra se aprender a tocar é necessário paciência e meus amigos, põe paciência nisso.

Gula: Outro erro comum é o aluno treinar um dia da semana durante 2 horas sem parar e ficar o resto da semana sem encostar no instrumento. O crescimento vem com um pouco por dia, ou seja, 30 minutos todo dia é melhor que treinar uma vez por semana durante 2 horas.

Inveja: Outro pecado comum é você começar a treinar sem parar pra impressionar os amigos que tocam. A competição pode até soar como um incentivo, mas dá abertura a rivalidade. Tome  cuidado pois se você não priorizar a qualidade de sua música você será apenas "mais um" que segue por esse caminho errado, Tocar pra impressionar os outros mas a sua música mesmo é de péssima qualidade. Tocar também é ouvir e querendo ou não, ninguém engana a sim mesmo.

Vaidade: No nosso mundo de imagens muitos se preocupam antes com a roupa que vai vestir do que propriamente com o som que irá tocar. Música é acima de tudo som. Não adianta ter o instrumento mais bonito, o instrumento mais caro, vestir as roupas que o seu ídolo usa. Nada disso é música. Pra se aprender música você precisa estudar só isso.

Avareza
: Aprender é acima de tudo dividir o conhecimento. Aqueles que não querem dividir o que aprenderam simplesmente vão estacionar e não irão evoluir. Não cometa esse pecado tão burro, você aprende muito mais quando está disposto a compartilhar o que sabe e portanto vai ter como retorno informações que nem imaginava existirem.

Orgulho : Esse pecado é muito comum pois o ego de um artista é sempre muito grande. Esse erro te leva a caminhos obscuros como o de acreditar que você já sabe tudo e que todos os outros meros mortais são ignorantes. A única coisa que vai acontecer é que ninguém vai querer tocar com você.


Saiba que quanto mais estudamos, apenas descobrimos o tamanho de nossa "ignorância".

Então colabore consigo mesmo e seu próximo que colhera bons frutos.

Finalizo com uma frase de Ludwig van Beethoven : "O gênio é composto por 2% de talento e de 98% de perseverante aplicação".


Pense nisso.

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Antes de Improvisar. "verticalize" seu pensamento






A improvisação é uma das áreas mais críticas para um guitarrista, por que nessa hora que a gente vê se o cara domina ou não o instrumento, se o cara conhece as técnicas, as tonalidades, as escalas e o principal - a harmonia, que é o ponto chave para uma boa improvisação.

Afinal o que é uma improvisação?

Primeiro de tudo, o que seria improvisar? Em uma definição rápida, é você criar uma melodia sem ter parado para construí-la antes, usando escalas, arpejos, simetrias, combinados com as técnicas de expressão que conhecemos, em outras palavras, fazer o som no “bate e pronto”! gosto de definir como uma composição instantânea, mas isso não é tão fácil quanto parece...

Improvisação deve ser sempre algo a ser estudado, deve te acompanhar em toda sua vida musical, pois não existirá nunca o momento que você vai parar e concluir “Agora eu já sei tudo sobre improvisação”. Isso nunca ocorrerá, pois improvisação é vivência, é experimentação.

O grande segredo: Harmonia

O grande segredo da improvisação é ser coerente com o que a harmonia* proporciona. Não digo com isso que ser coerente é ficar dentro de uma escala. Não existem verdades absolutas, mas ser coerente musicalmente é andar de mãos dadas com a harmonia.
(*Harmonia é a combinação dos acordes numa música e todos os outros sons tocados simultaneamente)

Nós guitarristas, temos a péssima mania de nos concentrarmos muito nas técnicas e nos solos e nos esquecemos da harmonia. Isso é normal, pois a nossa tendência é tentar fazer o que os outros guitarristas fazem. É aí que mora o perigo. Improvisar não é uma coisa que você pode ver, pois a improvisação ocorre na mente do guitarrista e chega diretamente aos seus ouvidos. Aquilo que você consegue de fato ver não tem tanta importância. Se fosse assim, poderíamos julgar a qualidade de um solo assistindo a um vídeo sem som. Isso não faria o menor sentido, não é mesmo? O que importa é o som, não uma técnica específica que ele está usando no momento.

Você deve estar pensando “Mas o som não vem da técnica?”. Sim, claro. Não estamos dizendo que técnica não é importante. É super importante. O que ocorre é que o som que você escuta é a combinação do solo com a música que está no fundo. Não dá pra separar um do outro quando se está ouvindo. Não é algo matemático, como 2 + 2 = 4. Quando o solo encaixa bem com a música, o resultado é muito maior do que a soma das partes!

Às vezes, o guitarrista está querendo fazer um solo mirabolante, mas não fez uma preparação para entender os acordes da harmonia que está sendo tocada. Dessa forma, ele nunca conseguirá dar o melhor de si. Não se iludam! A harmonia é peça fundamental na improvisação. Você precisa ter o conhecimento geral dos acordes e suas funções para que você possa trabalhar tal harmonia da forma mais inteligente possível.

Responda a essa pergunta:

Qual solo vai soar melhor?

a) O solo de um guitarrista que tem uma técnica excelente e faz frases mirabolantes sem se preocupar com os acordes que compõem a música;

ou

b) O solo de um guitarrista que toca um pouco mais devagar e de forma mais simples, mas sempre tentando criar frases que encaixam bem com os acordes.

Se você respondeu opção b, acertou! O guitarrista da opção a pode até tocar melhor, mas se ele for improvisar sobre uma música sem atentar-se para as mudanças dos acordes, seu solo não será nem um pouco interessante! É por isso que guitarristas excelentes às vezes criam músicas chatas, porque nem sempre eles são capazes de “sentir” aquilo que a música está pedindo.

Não estou associando uma técnica excelente a um ignorante harmonicamente falando, temos excelentes exemplos de ótimos guitarristas que combinam técnica, harmonia, improviso e musicalidade de forma exemplar.  Estou me baseando numa grande fatias de músicos que tem um desconhecimento no que se trata de harmonia ou apenas limita-se a um determinado gênero ou estilo que não requer muito da tal.

Encare dessa forma, um bom improviso é uma conversa entre você e a música. Não é um monólogo! A música não está ali só pra enfeitar. A música é a onda, você é o surfista. Surfe de acordo com o que a música permite.

Então, podemos concluir que improvisação envolve tudo isso: é conhecer bem os acordes e suas funções, as escalas e as técnicas, e ter o feeling pra fazer o solo acontecer de forma natural, com bom gosto e principalmente musicalidade.


quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Noções Básicas sobre Potenciômetros


POTENCIÔMETRO DE VOLUME
O componente elétrico chamado Potenciômetro tem a função de controlar o nível de sinal enviado pelo captador, ou seja, a não ser que exista ali um pré-ativo, o volume não esta no potenciômetro, ele apenas controle o que esta sendo enviado para ele, é como se fosse uma “torneira” é evidente que todo o circuito por onde passa o sinal, gera alguma perda, por esse motivo é importante sempre atentar para os valores corretos para cada tipo de captador, via de regra para valor e tipo, temos para captadores single coil(bobina simples) 250k, e para captadores humbucking (bobina dupla) 500k, os captadores ativos da Seymour Duncan usam potenciômetros de 100K, já os EMGs 25K, existem telecasters antigas que usavam 1Mk.
Já para os tipos de potenciômetros para instrumentos são dois o A(logaritimo), e o B(Linear),as diferenças são: o tipo A tem sua variação em saltos, já o B é gradativo, não é uma regra depende do gosto mas geralmente em guitarras são mais comuns o A e em contra-baixos B

POTENCIÔMETRO DE TOM (Tone)
Este potenciômetro serve para ajustar as freqüências Grave e Agudas, mas na realidade o que ele faz e cortar as freqüências “altas” (agudos) através de um sistema de filtragem feita por outro componente elétrico chamado “Capacitor”, em resumo este sistema “tira” os agudos naturais do captador, e também existe ali uma perda de sinal, alguns músicos preferem não ter esse recurso em seu instrumento, a Fender pensando nisso lançou um potenciômetro chamado “NO-Louder”, onde o potenciômetro no final do seu curso desvia o sinal que passaria por ele enviando diretamente para o Jack, um recurso muito interessante, já que não se perde a opção de usar o filtro caso queira.
LIGAÇÕES
Olhando o potenciômetro de cima (como sugere o esquema), podemos observar 3 terminais expostos, o da direita conectado à carcaça metálica do potenciômetro, este é o negativo comumente chamado de “terra”, o terminal central é out, que é enviado a ponta do Jack que chamamos de HOT, já o terminal da esquerda é o IN, o sinal do captador (positivo) é conectado ali, deste mesmo terminal podemos enviar o sinal para o potenciômetro de tone, olhando de cima o potenciômetro detone virado com seus terminais de frente para o “pot” de volume, o terminal da esquerda é o in, o out é o terminal central onde esta conectado o capacitor, uma ponta do capacitor fica conectada ao terminal outra soldada à carcaça (terra) do potenciômetro, e o terminal da direita fica livre. Todas as carcaças precisão estar conectadas entre si junto ao negativo do Jack e também o negativo do captador soldado às carcaças,isso é chamado de aterramento, eu particularmente gosto de fazer o aterramento da seguinte forma, faço a blindagem de todas as cavidades com tinta condutiva, ou folhas de cobre, depois para não correr o risco de ter “loop” de terra, soldo todas as pontas a um conector e este preso na blindagem da cavidade, existem inúmeros tipos de ligações, mas basicamente sabendo isso, sabe-se tudo.
CHIADO
A estrutura interna de um potenciômetro, consiste em uma “sapata” correndo em uma pista de carbono no formato de U, é isto que faz aumentar ou diminuir o valor resistivo do potenciômetro, quando esta pista esta suja gera o famoso chiado, facilmente resolvido com uma boa limpeza, que consiste em abrir o potenciômetro e lavar com álcool isopropílico, não é recomendado o uso de nenhum tipo de Spray limpa contato ou WD, porque eles apenas empurram a sujeira, em pouco tempo o ruído volta, quando a limpeza não resolve o problema é hora de trocar o potenciômetro, pois a pista de carbono já esta gasta, é necessário fazer uma revisão elétrica periodicamente para evitar estas transtornos, já que a umidade agrava ainda mais o problema.
TONE SEM EFEITO
Por um motivo qualquer a haste do capacitor pode ter se soltado do terminal, ou pode ter havido “solda fria” em algum ponto, ou até mesmo valor do capacitor insuficiente, mais adiante veremos as diferenças dos valores de capacitores.

SENSAÇÃO DE PERDA DE VOLUME NA TROCA DOS “POT”
Escolher o valor do potenciômetro diferente do indicado, afeta o resultado final do timbre e ganho de cada captador, pode acontecer de eles ficarem desequilibrados, quando os potenciômetros estão desgastados, há um aumento no valor resistivo do mesmo, com o aumento a sensação de mais ganho torna-se natural, evidentemente na troca, a sensação de perca será inevitável, já que a referencia sonora em nosso cérebro é sempre a mais recente.

CAPACITOR
Como já foi falado a função do capacitor é de filtrar os agudos enviados pelo captador, existe entre os profissionais da área uma grande divergência sobre os tipos de capacitores influenciarem ou não no timbre do instrumento, porém é claro que por mínima que seja a diferença ela existe, alguns percebem outros não.
Na teoria o potenciômetro no 10, não existe filtragem, ou seja , todo o agudo é enviado ao amplificador, já no 0 temos a filtragem máxima, ou seja, 100% dos agudos filtrados (não enviados) apesar de todos terem basicamente a mesma função os tipos de capacitores são:
-Ceramico
-Poliéster
-Polipropileno
-oléo

Os "Orange Drop" 715p são de polipropileno, os 225p são de Poliéster. Os famosos "Bumble Bees" das Gibson vintage, são PIO (papel em óleo/á óleo). A maioria das guitarras chinesas tem capacitores de Poliéster (geralmente verdes ou azuis) e várias Gibson atuais usam capacitores Cerâmicos. As Fender geralmente têm capacitores de poliéster ou às vezes cerâmicos.
Com exceção de alguns PIO feitos exclusivamente para guitarras ( A Gibson lançou uma reedição dos Bumble Bee)
O tipo de material e o valor (capacitância) é que vão caracterizar um capacitor e a maneira como ele atua sobre o timbre. Os "PIO" são conhecidos por serem suaves e "musicais". Já os de poliéster costumam atuar de forma mais rápida sobre os agudos,ou sejam eles realmente "fecham" o timbre.
Os valores são importantes. A medida de valor usada é "Farad - ou Faraday" . O Farad é uma unidade alta para aplicações gerais, então sub-múltiplos torna-se necessario.
Geralmente a escala é "Microfaraday/ uF" mas podemos usar como regra: 0.022uF = 220nF = 220.000pF (ou 220K, eventualmente)
Captadores single coil por serem naturalmente mais agudo, geralmente usam capacitores de .047 uF (ponto zero 47 microFarads" ou somente "zero 47"),as Fenders usavam esse valor porém ultimamente ela padronizou em .022uF, pode ser porque o gosto geral está mais para o agudo. Eu opto por .047 ou .033 para strato e .047 para Teles. Nos anos 50, o valor comum eran mais alto: .100
Humbuckers, por caracteristica com menos agudos, usam capacitores de menor valor, portanto, que filtram menos agudos. A Gibson costuma usar .022uF em ambos ou .022 no captador da ponte e .015 no captador do braço, às vezes .010. Cerâmicos em instrumentos de linha e capacitores a óleo (bumblebee)em custom shops .